Deixa-la ir




É incrível como um sentimento comum pode causar essa sensação de abismo dentro do meu peito. A saudade dói, e essa dor é singular e indescritível. Nenhum remédio cura a dor e o vazio que você me causou. Sabe, moça. Eu não entendo. Tento incansavelmente procurar pelas respostas que nos levaram a essa situação. Uma tentativa frustrante, eu sei. Agora não importa mais. No auge do nervosismo, do não aceitamento, acabei te deixando com sentimentos negativos em relação a mim. Me arrependo, você já deve imaginar. Mas não, não tive forças de ir me desculpar pelo o que causei.

Li uma vez, em algum dos vários livros do Nicholas Sparks, que amar também significa deixa-la ir. Ir ser feliz, independentemente que sua felicidade seja ou não do meu lado. Eu juro, moça. Que tudo o que quero é vê-la sorrir, escancarar seu sorriso frouxo por aí e nunca mais, derramar lágrimas e marcas por quem não a mereça. Deixar você ir ser feliz é a coisa mais difícil que estou tentando fazer. É um pouco desolador, me causa medo ver tudo o que imaginei daqui a um ano ou dois, se esvair entre meus dedos.

Estou deixando você ir, moça. Só me prometa ser feliz? 

É domingo, começo de noite e um frio de causar solidão


É domingo, começo de noite e um frio de causar solidão em qualquer pessoa desiludida com o amor. Esse frio causa também uma enorme vontade de comer doce, mas o único doce que encontro ao abrir a geladeira, é a outra metade da barra de chocolate que você me deu. Está bom, estou mentindo. Tem leite condensado, também.

É domingo, começo de noite e um frio de causar solidão em qualquer pessoa desprotegida de uma bela coberta quente e pesada. Esse frio causa também uma enorme vontade de ver comédia romântica, mas o problema é que qualquer filme, qualquer cena, qualquer troca de diálogo, me faz involuntariamente pensar em você e colocar a gente em qualquer situação cinematográfica, pois somos um tanto de coisas o tempo todo.

É domingo, começo de noite e um frio de causar solidão em qualquer pessoa sonhadora. Esse frio causa também a avalanche de lembranças de uma hora ter chegado a imaginar você aqui do meu lado, d’baixo desta coberta quente e pesada e dividindo comigo, a outra metade da barra de chocolate que me deu. Talvez até misturando com leite condensado, pois com você quanto mais melhor, somos um tanto de coisas o tempo todo.

É domingo, mais um domingo. Começo de mais uma noite e mais um dia frio. Essa solidão, eu sei que é passageira. Sou positiva de mais, você disse isso. Porém... não esqueço que posso quebrar a cara a qualquer momento. A questão é que quero pagar para ver. Não acredito que talvez não seja pra ser. Tem que ser! Deitada aqui d’baixo dessa coberta, sentindo esse frio, quando olho para o futuro eu vejo você.

É domingo, somente mais um domingo, começo de mais uma noite e um frio de causar solidão. Lembro-me dos tantos domingos que já passei assim, das tantas noites incertas e dos tantos frios na barriga que me causaste. É passageiro, moça. Tudo tem seu tempo. E eu vou ficar aqui, d’baixo da coberta quente e pesada esperando você ter a certeza que pode chegar e bater à porta do meu coração, mesmo já estando nele. 

Sobre cair na real


Quando o coração começa a acostumar com a ausência daquilo que era o motivo de seu batimento, o cérebro percebe tamanha burrice que cometeu ao dedicar sua lua àquela pessoa que deu mais valor às estrelas.

Entre às duas e três do dez, com ela.



Seus cabelos curtos e cacheados, sua boca macia e ressecada, seu olhar negro, profundo, cheio de enigmas, dor, sonhos e vontades. "Minha roupa define meu humor", disse logo após um "oi" desajeitado e um cumprimento mal dado. Tava de preto. Toda de preto. Do jeans aos cabelos e da blusa ao olhar tapado pelas lentes, também negras, de um aviador. Suas cicatrizes, filetes brancos que reluziam e chamavam toda a minha atenção em toda aquela sua escuridão.

Gato preto dá mesmo azar? Acredito que seja somente mais um superstição boba produzidas pelas mentes férteis de nossos antepassados. Ela tava toda de preto, se roupa define seu humor, que humor seria? Estava lá do meu lado. Perto, muito perto. Só que minha mente estava longe. Por que isso está acontecendo? Era tudo que eu conseguia pensar. Todos aqueles momentos em que desejei estar perto de você e lá, eu estava. Perto de corpo e longe de alma. Duas mentes confusas e emaranhadas, tentando entender em vão o que acontecia. Ela me cobrava uma explicação. Ela queria entender o que eu estava fazendo. Ela queria saber o que eu queria. E tudo o que queria naquele momento era sentir a sua boca macia e hidratá-los com meus lábios molhados. Bloqueio mental, boca fechada e olhar longe. Carros passavam, sinal fechava e abria, pessoas desconhecidas andaram por toda a parte e a hora passava, se aproximando da despedida.

Estava quente. O céu limpo e azul. O sol deixava nosso banco de mármore daquela praça, uma verdadeira frigideira. Tudo era observatório e a minha mente vagava. Eu só queria ouvir dela, palavras confortantes. Queria sentir dela, abraço quente e apertado. E só tinha silêncio, algumas dúzias de palavras trocadas, medo, confusão, incerteza e a vontade de querer estar sempre por perto.

"Tenho que ir". Concordei com a cabeça. Mais uma promessa de mandar mensagem até agora não cumprida. Se levantou. "Tchau", e eu repeti. Se afastou e foi embora. Sem nenhum toque dado, sem nenhum olhar trocado. Apenas foi embora.

"Não posso apenas querer você por perto?". Eu também quero.


Sobre reviravoltas, sonhos, planos e felicidade

Foto: Monterry


Faz mais de um ano que não publico nada nesse blog. Minha última postagem foi um texto sobre a frustante tentativa de cair na real. Estava passando por uma difícil fase, onde toda aquela loucura pressão de quem está no término do ensino médio cai sobre mim. Precisava saber o que queria pra minha vida, o que queria cursar, fazer um curso técnico na área das exatas para conseguir um emprego rápido e, consequentemente, uma grana para me sustentar ou, tentar alguma coisa na área de humanas, área que gosto, porém não tão promissor assim no mercado de trabalho.

Decepção amorosa veio e foi embora, provas finais, péssimos resultados de concursos públicos, formatura, conclusão de ensino médio, despedidas e férias. Minha vida estava passando por uma fase nova. Era tudo novo. Não era como se eu terminasse mais uma série e no ano seguinte eu voltaria a comprar os materiais escolares para conhecer os novos alunos da minha turma. O ano de 2013 estava indo embora e o ano seguinte era um enigma para mim.

Estava tudo monótono quando, de repente, uma simples mensagem no bate-papo do Facebook mudou a minha vida. Sem planejar, sem nem pensar na hipótese, em meados do mês de fevereiro ganhei uma bolsa de estudos. Hoje estou indo para o terceiro período de Comunicação Social, descobrindo o que realmente gosto e o que eu vou realmente fazer daqui pra frente.

Não vou mentir pra vocês. Em certos momentos eu esqueci que um dia fui blogueira. Não me culpem! Era um mundo novo pra mim, uma vida nova, novas pessoas, novo emprego, novas obrigações. Teve algumas exceções, claro, alguns momentos em que eu me enchia de vergonha ao mostrar pra a um novo amigo esse meu cantinho do desabafo.

Tá tudo indo tão bem, sabe? Tenho meus sonhos mais possíveis de serem realizados. Muitos planos para esse ano. Mais uma promessa de que vou voltar a bloggar e mais ciente ainda de que sou feliz e que a felicidade é a gente que faz.


Até o próximo post, galerinha!
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